Reza a história, que Tarcísio era um acólito da Igreja de Roma, no ano de 258. Ele acompanhava o Papa Sisto II na Missa (Papa que acabaria por morrer no mesmo ano, por ser cristão).
Nessa época, a Eucaristia era celebrada nas catacumbas de Roma, devido às perseguições do imperador romano de então – Valeriano.
Quando os cristãos eram presos, o seu destino era quase sempre a morte. Assim, para que eles não desanimassem e não perdessem a sua fé, era-lhes levada a Sagrada Comunhão às escondidas.
Numa dessas alturas, em que cristãos iam ser martirizados, era necessário levar-lhes a Sagrada Comunhão. No entanto, o risco de o fazer era muito e ninguém se ofereceu excepto um pequeno jovem, que acompanhava sempre o Papa: Tarcísio.
Nem o Papa, nem os cristãos que se encontravam nas catacumbas consideravam essa uma boa solução, pois ele poderia ser morto. O pequeno Tarcísio estava decidido e argumentava que sendo uma criança, ninguém desconfiaria dele mas, se alguém desconfiasse, preferia morrer a entregar a Sagrada Comunhão aos pagãos romanos.
Ao ouvir isto, o Papa Sisto II exclamou:- Vai, Tarcísio. Aqui estão as hóstias consagradas. Aqui está Jesus, que irás levar aos nossos irmãos prisioneiros. Que Ele te acompanhe. Vai, meu filho!
O pequeno acólito subiu as escadas sombrias das catacumbas até à rua. Parecia que ninguém reparava naquele menino que pela rua, com as mãos sobre o peito, guardando o bem mais precioso: a Sagrada Comunhão.
Quando passava a Via Ápia, uma das ruas de Roma da altura, alguns rapazes chamavam-no:- Anda brincar connosco! Falta só um para começar o jogo.- Agora não posso! Estou a fazer um recado urgente. Quando voltar eu jogo.- Mas queremos agora! Que levas contigo? Mostra-nos!
Ele recusou-se a mostrar. Então, os outros rapazes começaram a insistir ainda mais, ameaçavam-no e empurravam-no. Ele resistia porque tinha uma missão e não queria defraudar o Papa, os cristãos e Jesus. Sabia que os outros rapazes eram pagãos e que, mal descobrissem o que trazia com ele, profanariam as espécies sagradas.
Quanto mais Tarcísio resistia, mais os outros rapazes ficavam irritados. Começaram então a dar-lhe pontapés e a mandar-lhe com pedras. Depois de algum tempo a ser agredido, ele caiu ao chão ensanguentado. No entanto, as suas mãos continuavam a segurar a Sagrada Comunhão.
Foi então que apareceu ali um soldado, guarda do quarteirão. Chamava-se Quadrato e frequentava, às escondidas, o culto dos cristãos. Ao ver o soldado aproximar-se, os rapazes fugiram. Ao levantar o pequeno mártir do chão, exclamou surpreendido e comovido:- É o Tarcísio. Já o vi algumas vezes nas catacumbas… O pequeno mártir morreu nos braços do soldado, com as mãos ainda contra o peito a guardar a Santa Eucaristia.
É este o nosso padroeiro e a história do pequeno acólito que, desde muito cedo amou Jesus Cristo na Sagrada Eucaristia e que para nós deve servir de exemplo de compromisso, responsabilidade, coragem e amor a Jesus.
O dia de São Tarcísio é comemorado a 15 de Agosto.
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